Espondilolistese

DEFINIÇÃO

A espondilolistese é uma condição da coluna vertebral em que uma vértebra desliza em relação à vértebra adjacente a ela. Esse deslocamento pode causar dor, limitação de movimentos e até mesmo compressão dos nervos que passam pela coluna, dependendo da gravidade do caso.

Ressonância magnética de espondilolistese grave L5-S1. Observe o desalinhamento entre as vértebras, representado por cores.

Causas da Espondilolistese

As causas podem variar dependendo do tipo de espondilolistese:

  • Degenerativa: Resulta do desgaste natural da coluna, mais comum em pessoas de meia idade ou idosas, majoritariamente mulheres.
  • Ístmica: Relacionada a defeitos ou fraturas por estresse na parte óssea da vértebra, geralmente ocorrendo em adultos jovens, frequente em atletas
  • Displásica: Decorrente de malformações presentes desde o nascimento.
  • Traumática: Causada por traumas ou lesões diretas na coluna.
  • Patológica: Associada a condições que enfraquecem os ossos, como tumores ou doenças osteometabólicas.

Principais Sintomas

Os sintomas variam de acordo com a gravidade do deslizamento, mas podem incluir:

  • Dor lombar, que pode irradiar para as pernas;
  • Rigidez ou dificuldade para movimentar a coluna, principalmente à extensão lombar;
  • Sensação de fraqueza ou dormência nas pernas;
  • Em casos mais graves, perda de controle esfincteriano (capacidade de contenção urinária e fecal).

Diagnóstico

O diagnóstico da espondilolistese é realizado por meio de uma avaliação clínica detalhada e exames de imagem, como radiografias, tomografia computadorizada ou ressonância magnética. Esses exames ajudam a determinar o grau do deslizamento e se há compressão dos nervos.

Diagnóstico de espondilolistese por radiografias simples. Observe o desalinhamento dos elementos posteriores das vértebras, representado por cores.

Tratamento

O tratamento da espondilolistese depende de fatores como o grau do deslizamento, a causa, os sintomas apresentados e o impacto na qualidade de vida do paciente. Ele pode ser dividido em duas categorias principais: conservador e cirúrgico.

1. Conservador

Indicado para casos leves a moderados, inclui:

  • Fisioterapia para fortalecimento muscular;
  • Analgésicos e anti-inflamatórios para alívio da dor;
  • Uso de coletes ou órteses em situações específicas.

2. Cirúrgico

Recomendado em casos graves, com comprometimento neurológico, dor incapacitante ou quando o tratamento conservador não apresenta resultados satisfatórios.

Em casos leves e selecionados, nos quais o sintoma predominante decorre da compressão neurológica e não a instabilidade, pode-se optar por procedimentos minimamente invasivos, como a descompressão cirúrgica (aberta ou endoscópica). Para os demais casos, o padrão ouro de tratamento é a artrodese, em geral associada à colocação de cages.

Raio-X pré operatório e radioscopia pós operatória em espondilolistese degenerativa L4-L5 tratada por artrodese (técnica TLIF).

Prognóstico

Com o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, a maioria dos pacientes com espondilolistese consegue retornar às suas atividades normais e sem restrições permanentes, com melhora significativa na qualidade de vida.

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