A cimentação vertebral, também conhecida como vertebroplastia ou cifoplastia, é um procedimento minimamente invasivo utilizado para tratar fraturas por compressão na coluna vertebral. Essas fraturas geralmente são causadas por condições como osteoporose, traumas ou, em alguns casos, metástases ósseas.
A cimentação vertebral consiste na injeção de um cimento especial, geralmente polimetilmetacrilato (PMMA), no interior do corpo vertebral afetado. Esse cimento endurece rapidamente, estabilizando a fratura e aliviando a dor. Acredita-se que os mecanismos responsáveis pelo controle álgico são a imobilização da fratura, o suporte ósseo promovido pelo cimento e a denervação térmica ocorrida durante o procedimento.
Este procedimento é indicado principalmente para:
De modo geral, o procedimento é indicado após falha de medidas convencionais de tratamento conservador, como analgésicos, coletes e fisioterapia, ou em casos de dor extrema e incapacitante. A eficácia depende do tempo de fratura, ou seja, deve ser indicado entre as primeiras semanas / meses do trauma ou diagnóstico, já que tem menor eficácia em casos crônicos.
Vale destacar que é indicado para fraturas estáveis com o intuito de controle de dor, ou seja, não substitui o tratamento cirúrgico quando em fraturas instáveis.
Ambos os procedimentos são utilizados para tratamento da dor refratária, de maneira minimamente invasiva. A diferença entre eles reside em um passo técnico e relacionado ao material.
O grande benefício da cimentação consiste no alívio rápido da dor, geralmente logo após o procedimento. Isso permite uma reabilitação precoce, redução de complicações clínicas (como trombose, úlceras e infecções) e retorno mais rápido à funcionalidade e atividades habituais. O paciente pode sentar, levantar e caminhar assim que passado o efeito da anestesia. A alta hospitalar pode ser precoce, em até 24 horas após o procedimento, a depender do quadro clínico global.
Apesar de ser um procedimento seguro e minimamente invasivo, não está isento de complicações, que ocorrem em uma minoria dos casos. Os principais riscos são: extravasamento do cimento para estruturas próximas (na grande maioria das vezes assintomático), fratura de vértebras adjacentes (pelo aumento da rigidez na vértebra cimentada), embolização na corrente sanguínea e reação alérgica. Além disso, a maioria dos pacientes com indicação desta cirurgia está em idade mais avançada e, consequentemente, são frequentes as comorbidades associadas e risco cirúrgico potencial, o que deve ser estratificado com avaliação clínica e definição de aptidão para a cirurgia.
A cimentação vertebral é uma solução eficaz e segura para pacientes que sofrem com dor intensa causada por fraturas vertebrais. É fundamental a avaliação do especialista para adequada indicação, execução e acompanhamento, bem como acompanhamento clínico para estratificação de risco cirúrgico e minimização de complicações.